Relatório sobre a visita à Praça dos Três Poderes
- Matheus Rudo
- 28 de mar. de 2021
- 2 min de leitura
Durante toda a visita à praça dos três poderes, eu pude reobservar todos os prédios que eu fui fascinado durante minha infância. Porém, desta vez tentei olha-los com uma visão diferente. Tentei ver se eu como simples aluno do primeiro semestre de arquitetura poderia encontrar algum erro naqueles prédios renomados mundialmente. Durante a ida ao Itamaraty, o professor Marcio estava comentando sobre a acessibilidade que é necessária na arquitetura. Mencionando inclusive que para que necessita do uso de uma cadeira de rodas, por exemplo, 2 centímetros de elevação poderiam fazer diferença no acesso ao local.

Poucos segundos depois, me deparei com essa rampa que saia de dentro do Itamaraty e ia até o eixo monumental. O que me chamou bastante atenção, por ter uma elevação de cerca de 10 centímetros. Tentei imaginar como seria para subir por aquilo enquanto eu estivesse em uma cadeira de rodas, mas confesso que não consegui imaginar como seria. Uma vez lá dentro, fomos até o jardim suspenso do Burle Marx. Eu achei extremamente bonito, ainda por cima por toda a ambientação do lugar. Mas uma coisa me intrigava. Para onde ia a água quando chovia? Olhei dentro do jardim e vi alguns ralos. Cara era de um jeito diferente, não me pareceu bem elaborado. Continuei procurando e encontrei ao redor do jardim, diversos furos no piso.
Como se pode ver nas imagens a cima. Sinceramente, acho difícil que furos no piso de granito, feitos, aparentemente, com uma furadeira, tenham sido planejados. Ver isso me fez até questionar o motivo da instabilidade do jardim, que anteriormente podia ser adentrado. Após a saída do Itamaraty, prosseguimos em direção à Catedral. Um dos meus prédios preferidos. Eu fiquei alguns segundos olhando para os vitrais, tentando pensar como seria a vista sem eles. Mas não pude deixar de notar a quantidade de poeira que estava acumulada entre os vitrais e os vidros externos.

De certa forma, me parece dar um certo charme ao prédio, mas acho difícil não imaginar que ninguém pensou em uma forma de limpa-los antes de construí-los. Principalmente por Brasília ter uma grande quantidade de poeira, como parte do cerrado. Não pude deixar de lembrar do comentário do professor Marcio acerca da manutenção dos prédios. Em suas palavras, o arquiteto deve prever formas de exercer a preservação da construção. Da forma que os vitrais foram colocados, acredito que seria extremamente difícil de limpa-los e fazer sua devida manutenção, resultando na imagem acima. Adentrando mais ainda, até o batistério, foi possível observar que o sistema elétrico estava comprometido. Ele virou uma pequena cachoeira que encheu o chão da entrada do batistério. Dessa vez, eu acho que esse problema se deu pela falta de manutenção do próprio governo e dos órgãos fiscalizadores. Talvez o maior problema dos prédios históricos de Brasília sejam uma mistura de falta de planejamento e falta de vontade de se fazer a manutenção deles. O que é uma pena, porque eles não são um patrimônio somente dos brasilienses e brasileiros e sim da humanidade.
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